Como o projeto de emendas parlamentares se transformou em três grafos de análise?
Introdução
O nosso projeto busca analisar os dados de emendas parlamentares a partir da teoria de grafos. A ideia é transformar uma tabela aparentemente burocrática, com informações sobre autores das emendas, funções orçamentárias e localidades, em redes que revelem padrões de relação, influência e concentração de recursos.
O objetivo é compreender como parlamentares direcionam suas emendas, em quais áreas (funções) estão mais presentes e para quais localidades os recursos se destinam. A teoria de grafos oferece as ferramentas para representar essas conexões e, a partir daí, aplicar métricas de análise de redes.
Primeira reunião – A recomendação
Na nossa primeira reunião com o professor, ele recomendou que o primeiro passo fosse instanciar a rede em três grafos diferentes, cada um com um foco distinto:
- Autor → Função
- Autor → Localidade
- Função → Localidade
Essa orientação foi fundamental porque mostrou, na prática, que não existe um único grafo “correto”: a forma como escolhemos instanciar os dados define também o tipo de insight que podemos extrair.
Aprendizados e desdobramentos
- Grafos bipartidos na prática
Relembramos da teoria que grafos bipartidos conectam dois conjuntos distintos de nós. Aqui isso se encaixou perfeitamente: parlamentares e funções, parlamentares e localidades, funções e localidades. - Limpeza e preparação dos dados
Assim como aprendemos sobre matriz de adjacência e a importância de evitar duplicações, precisei normalizar os dados: remover espaços em branco, padronizar nomes e eliminar pares repetidos. Isso foi essencial para que os grafos não distorcessem a realidade. - Contagem de nós e arestas
A partir da limpeza, os três grafos ficaram assim: - Autor → Função: 624 nós, 1.726 arestas
- Autor → Localidade: 1.043 nós, 1.594 arestas
- Função → Localidade: 463 nós, 720 arestas.
Esse resultado mostrou como o tamanho e a densidade da rede mudam de acordo com a perspectiva escolhida. - Visualização e representações
Testei no arrows.app com subconjuntos e percebi suas limitações, funciona apenas para protótipos visuais. Para uma análise mais robusta, ferramentas como Gephi serão importantes, pois permitem aplicar métricas de centralidade, clustering e outras que iremos aprender.
Reflexão
A recomendação de instanciar os dados em três grafos me fez perceber que a teoria está diretamente conectada à prática: conceitos como grafos bipartidos, representações (matriz e lista de adjacência), grau e centralidade estão todos presentes nesse exercício.
Mais do que apenas gerar números, cada grafo conta uma história diferente:
- Quem propõe (Autor→Função),
- Onde investe (Autor→Localidade),
- Quais áreas (Educação, Saúde, Saneamento, Segurança...) se conectam a quais regiões (Função→Localidade).
E claro, fiquei muito curiosa sobre:
Qual dessas três perspectivas pode revelar de forma mais clara as dinâmicas políticas por trás das emendas parlamentares?
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